Compositor: Carreirinho / Zé Carreiro
Por eu ter notícia de um bão cantador
E uma linda moça do nosso interior
Pediu que eu cantasse ao menos por favor
Nem que fosse um verso dos mais inferior
Respondi pra ela, eu não sou professor
Tudo quanto eu canto tem pouco valor
Mas meus versos servem pra acalmar a dor
De um peito que sofre ingratidão de amor
Afinal de conta fiz o seu mandado
Cantei um versinho muito bem cantado
Ela agradeceu com muitos agrado
Eu fiquei contente, fiquei obrigado
Cantei um versinho do cabelo ondeado
Ela também tinha o cabelo cacheado
Deu cinco suspiro e me chamou de um lado
Perguntou se eu era solteiro ou casado
Menina, menina você se aperiga
Deixe de bobagem, largue mão de intriga
Casar com violeiro é pra viver de briga
Você se aborrece da própria cantiga
Pra largar não pode porque Deus castiga
Pois eu sou violeiro e não faz mal que eu diga
Tome o meu conselho, avise suas amigas
Que toque de viola não enche a barriga
Por isso que eu digo que um rapaz solteiro
Pra gozar a vida deve ser violeiro
Viajar embarcado sem gastar dinheiro
Se quer namorada tem até os mieiro
Entrar no salão com os olhos morteiro
O cantar sereno de dois companheiro
Na mais bonitinha bate um desespero
Da meia-noite em diante está no cativeiro
Eu falo a verdade não é intimação
Nas festas que eu pego a viola na mão
Canto algumas moda é por inclinação
Toco na turina, responde o bordão
Dois peito sereno dentro de um salão
Já vê as morena mudar de feição
Porque meus versinho dói no coração
Quem sofre nervosa
(Que que acontece Carreirinho?)
Morre de paixão